Agora o exercício deve ser o inverso. Imagine-se um sujeito
cuja vida é a expressão de uma decisão. Uma decisão que depois toma novamente
de cada vez, de tal modo que a sua vida é sucessivamente escolhida - e, deste
modo, não é um desenvolvimento automático da sua essência. Este indivíduo não é
o desenvolvimento automático da sua própria essência. A sua vida é expressão da
sua decisão.
Se imaginarmos um indivíduo destes cuja decisão seja, por
exemplo, dedicar-se a ajudar os outros, que diferença existe entre este indivíduo
e o psicopata que faz justamente o mesmo enquanto expressão do desenvolvimento
da sua essência, que é o desejo totalitário de ajudar os outros? Qual é a
diferença entre o indivíduo-decisão e o psicopata? Bem, as suas essências podem
ser a mesma, podem ambos ter o mesmo desejo totalitário – mas, ainda assim,
ambos são formalmente diferentes. O decisivo aqui é justamente que, enquanto
exteriormente podem corresponder ao mesmo, interiormente a diferença é
fundamental – e a diferença é tão fundamental que, perante ela, o psicopata e o
diletante são o mesmo: ambos são uma variante do desenvolvimento de uma
essência. Quer dizer: formalmente, o psicopata e o diletante são reduzidos ao
mesmo substracto quando comparados com o indivíduo-decisão.
Sem comentários:
Enviar um comentário
discutindo filosofia...