A propósito de concepções do Cristianismo...
Quando se conta a uma criança sobre o Cristianismo e ela não é violentada num sentido figurativo, a criança apropria tudo o que é simpático, infantil, agradável e celestial. Irá viver juntamente com o pequeno menino Jesus e com os anjos e os três reis magos; vê a estrela na noite escura, viaja ao longo do caminho, e agora está no estábulo, maravilha das maravilhas, e vê sempre o céu aberto; com toda a intimidade da imaginação, a criança suspira por estas imagens - e agora não nos esqueçamos dos doces nem de todas as outras coisas esplêndidas que se fazem nesta ocasião. Acima de tudo, não sejamos velhos patifes mentindo sobre a infância, afectando o seu entusiasmo exagerado e traindo a infância da sua realidade. Ter-se-ia de ser alguém que não servisse para nada para não se ser capaz de achar a infância tocante, encantadora e abençoada. [...] Mas, por outro lado, certamente que é um guia cego quem de alguma maneira, qualquer que ela seja, pretenda que esta é a concepção decisiva do Cristianismo que é uma ofensa para os Judeus e uma loucura para os Gregos.
Kierkegaard, Postscriptum Conclusivo Não-científico, VII, 521
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