terça-feira, 7 de setembro de 2010

O braço esquerdo de Deus

A propósito de, livros contemporâneos

Comecei a ler e logo notei que o livro me prendia, que as frases se sucediam em catadupla, rápidas. Que as palavras encantavam e não me deixavam alternativa sempre na expectativa da continuação. Uma leitura em catarata, pois parece que estamos a cair, não estando nas nossas mãos podermos parar. Pensei, "ah, isto é no início, mas depois a leitura ficará lenta". É assim, normalmente. Normalmente, um livro dá-nos umas páginas que nos despertam e colam, seguidas de outras páginas menos entusiasmantes nas quais se preparam os próximos momentos de suspensão. Mas isso não acontece neste livro. Em pouco tempo o livro já vai no fim, tenho pena por isso, quase choro. Guardei as últimas páginas para o dia seguinte. Com muita, mas mesmo muita desilusão por o livro me estar deste modo a fugir: "quero mais".

Trata-se de um livro magistral. De ler e ficar a suspirar pelos próximos volumes. O braço esquerdo de Deus, de Paul Hoffman.
Com um estilo que nos agarra a cada página do princípio ao fim, este livro surpreende pela originalidade pigmentada de laivos de toponímia real. As metáforas e as simbologias são espantosas e estimulantes.

Venho a saber que ainda não estão publicados os outros volumes, a segunda e terceira parte. Parece que ninguém me sabe dizer para quando irão estar. Mas, para os próximos, vou ter o cuidado de, pelo menos, manter cada livro, durante três dias.

Afinal, a gula é um pecado mortal.
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