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segunda-feira, 12 de março de 2018

Quem tem cu tem medo

A propósito de como antigamente se pensava de modo tão diferente


"qui potest mori, non potest cogi"
«quem pode morrer, não pode ser coagido»



"qui non potest mori, non potest non cogi"
«quem não pode morrer, não pode evitar ser coagido»



"cogi qui potest nescit mori"...
«aquele que pode ser coagido, não aprendeu a morrer»


Hoje pensa-se que é porque se pode morrer que se pode ser coagido, pois, como se sabe, quem tem cu tem medo.

Mas antigamente pensava-se exactamente o oposto: qui potest mori, non potest cogi...

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Nero, imperador romano, o mais amado ou o maldito?

A propósito de percepções e factos



Nero, condenado à damnatio memoriae pelo Senado Romano...

Depois da morte de Nero, as manifestações de pesar foram tão significativas entre o povo que Otão, sucessor no trono, teve de adoptar à pressa o nome de Otão Nero. Permaneceu entre os romanos a crença de que o jovem imperador deveria voltar um dia...

Nero gostava de música, de poesia e das artes em geral...


Erigiu um enorme ginásio público, ao contrário das termas que até aí estavam reservadas à aristocracia. Assim, introduziu na cultura romana o conceito grego de educação física e intelectual dos jovens - mente sã, corpo são, mens sana in corpore sano - o qual se propagaria rapidamente pelo Império..
Fez várias obras públicas culturais e funcionais.

Acabou com os julgamentos secretos que Cláudio implementara e emitiu indultos.
Certa vez, ao pedirem-lhe para assinar uma sentença de morte lamentou ter aprendido a escrever.

Concedeu liberdade à Grécia como reconhecimento pelos seus contributos culturais.

Em vez de optar por incursões militares para angariar dinheiro decidiu taxar as classes mais abastadas. Muitas destas iniciativas políticas angariaram-lhe inimigos e o Senado opunha-se-lhe vigorosamente. Mas Nero fez o que pôde para ultrapassar a resistência do Senado.

Chegou a convidar toda a cidade de Roma para a Domus Aurea. Queria estar junto do povo, como um deus vivo. Apoiava-se nas massas e centrava em si todo esse poder.

Talvez o mais amado de todos os imperadores romanos reformou a ordem social tirando recursos aos senadores e distribuindo-os entre os pobres.

"Durante o seu reinado o Império viveu um período de paz, de esplendor grandioso e de importantes reformas."

O MODO COMO SE CONTA A HISTÓRIA, COMO SE SELECCIONAM FACTOS E ACONTECIMENTOS, INFLUENCIA DE MANEIRA DECISIVA A PERCEPÇÃO QUE TEMOS DAS GRANDES FIGURAS DO PASSADO.

(fonte: National Geographic, Setembro 2014)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A alimentação em Roma

A propósito da alimentação dos Romanos...


Texto de Filomena Barata - aqui.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

De Trajano para Plínio

A propósito de justiça romana.


Plínio, o Jovem, Cartas, 10, 97 – De Trajano para Plínio

1 Actum quem debuisti, mi Secunde, in excutiendis causis eorum, qui Christiani ad te delati fuerant, secutus es. Neque enim in universum aliquid, quod quasi certam formam habeat, constitui potest. 2 Conquirendi non sunt; si deferantur et arguantur, puniendi sunt, ita tamen ut, qui negaverit se Christianum esse idque re ipsa manifestum fecerit, id est supplicando dis nostris, quamvis suspectus in praeteritum, veniam ex paenitentia impetret. Sine auctore vero propositi libelli nullo crimine locum habere debent. Nam et pessimi exempli nec nostri saeculi est.

Tens seguido o percurso correcto, meu caro Plínio, ao investigares os casos dos Cristãos que foram levados até ti. Pois nem para todas as coisas do universo pode ser estabelecida uma forma fixa. Não sejam procurados; se forem denunciados e se provar serem culpados, sejam punidos; no entanto, se algum negou ser Cristão, e der prova que o fez, isto é, invocando os nossos deuses, mesmo que tenha estado sob suspeita no passado, que obtenha perdão através do arrependimento. Informações anónimas não devem ser tidas em consideração em nenhum tipo de julgamento. Seria um exemplo terrível e em desacordo com os nossos tempos.


Trajano, aliás como também Plínio, demonstra um respeito pela lei que é assinalável. Não se deve condenar ninguém com base em informações anónimas, pelas quais ninguém toma responsabilidade. Aquele que é levado à justiça deve ser investigado e se se provar que é culpado, então que seja condenado.

Trajano oferece ainda a possibilidade de alguém de arrepender, mudar de comportamento e aceitar a lei romana. O Cristianismo violava a lei romana, pois se recusava a prestar culto a qualquer divindade romana ou ao próprio imperador. Perante a lei, essa recusa constituía crime. Contudo, não era porque alguém acusava alguém de ser Cristão que este deveria ser condenado. Se este aceitasse invocar os deuses dos romanos, seria perdoado.