Em alguns textos, Kierkegaard ironiza com aqueles que se querem descobrir a si mesmos e acham ser necessário viajar pelos continentes do mundo para o fazer. Ironiza que um sujeito julgue ser necessário descobrir o mundo todo, e ainda descobrir um novo continente, para se descobrir a si mesmo.
Já os pensadores gregos insistiam, um após outro, que o afã de conhecer o mundo era inútil a quem não se conhecesse a si mesmo, de modo que o sujeito teria de se descobrir primeiro a si mesmo para poder, depois, conhecer o mundo.
Vemos, portanto, que pelo menos há mais de 2000 mil anos esta ilusão permanece: a de que um sujeito pode descobrir-se a si mesmo mediante o mundo. Mas um sujeito só pode descobrir-se a si mesmo mediante o mundo se primeiro se tornar idêntico ao mundo. O equívoco é que, nesse caso, o resultado não é que ele se descobre a si mesmo, mas sim que se torna mundo.
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