sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Comentário a Jonas (Septuaginta)

Ver tradução aqui
A propósito de Jonas, do Antigo Testamento



Comentário:

O livro de Jonas não é puramente original. Em 2 Reis 14:25 (na Septuaginta a referência é 4 Reis 14:25) é mencionado um profeta, chamado Jonas, filho de Amitai. O profeta teria anunciado que o Rei Jeroboão iria reunificar o território de Israel. Em Jeremias 51:34, Jerusalém queixa-se que foi devorada por Nabucodonosor e depois cuspida. Portanto, quer o profeta Jonas, quer a ideia de um monstro engolir uma pessoa, já estavam nas escrituras. Por curiosidade, a Septuaginta compara o rei babilónico a um dragão (δράκων, traduzindo תַּנִּין, tannin, monstro marinho, figura mitológica que personificava o caos original).
O verso de 2 Reis deixa-nos perceber que Jonas é um profeta, um servo do Senhor, mas também um nacionalista, um israelita convicto. Por outro lado, o texto de Jeremias é uma espécie de imprecação de Jerusalém contra a Babilónia, que a havia submetido e deportado a sua população. Ambos os textos encontram repercursão no livro de Jonas, quer na estória em si (o monstro marinho), quer na personalidade de Jonas (claramente avesso ao povo de Nínive, capital da Assíria, a qual submetera o reino israelita de Efraim e cercara a própria Jerusalém).
O livro começa com Deus a interpelar Jonas, dando-lhe uma mensagem. Jonas deveria dirigir-se para Nínive e anunciar que Deus tinha conhecimento da sua perversão. A mensagem é mais clara do que parece. Deus estava, através de Jonas, a anunciar um castigo pelos crimes de Nínive. Na mente de um hebreu estariam bem presentes os crimes em causa. O texto não nos diz claramente que perversão estaria a merecer um castigo eminente, mas, para um hebreu, a Assíria era um inimigo tradicional e seria de supor que esperasse que um tipo qualquer de calamidade se abatesse sobre Nínive.
Curiosamente, Jonas não aceita imediatamente a ordem de Deus. Podemos imaginar que um hebreu desejasse estar em qualquer parte, menos em Nínive. Jonas procura, então, fugir da presença de Deus. Contudo, descobre que essa fuga é impossível. Embarcado, a caminho de Thársis, o barco em que segue fica envolvido numa tempestade. Uma tempestade que Deus acordou. É de notar que todos os marinheiros, gentios, ficam tomados de medo e começam a rogar, cada um aos seus deuses, pedindo para serem salvos. Enquanto isso, Jonas dorme profundamente no interior do navio. Este relato provoca uma sensação de estranheza porque seria de esperar que Jonas não estivesse de consciência tranquila. Se fugia de Deus, então deveria encontrar-se em profunda angústia. Todavia, parece perfeitamente em acordo consigo próprio para poder dormir profundamente no porão de um navio que atravessa uma tempestade.
O capitão do navio estranhou o comportamento de Jonas, e provavelmente também os restantes marinheiros que quiseram saber a razão daquela tempestade. É importante notar que os marinheiros mantêm sempre uma atitude de confiança na capacidade de Deus para lhes preservar a vida. Mesmo quando Jonas lhes conta que está a fugir a uma ordem de Deus, não caiem em desespero e confiam plenamente que Deus poderá não os destruir. Aliás, os marinheiros demonstram um profundo respeito por Deus, pelo Deus de Jonas, que apesar de lhes ter enviado uma tempestade só porque transportam o profeta, não deixa de ser considerado capaz de perdão. Os homens do navio preocupam-se, evidentemente, com a própria morte, mas também com a vida de Jonas. Expressam de forma vincada que não desejam ser responsáveis pela sua morte. Este aspecto é muito revelador, porque seria de esperar que quisessem imediatamente executar aquela que pareceria ser a vontade de Deus: castigar Jonas, talvez matá-lo. Mas, ao contrário disso, pedem a Deus que não os torne em danos colaterais (“não deixes que sejamos destruídos por causa da alma deste homem”), nem faça deles os carrascos de Jonas. Antes de o lançarem ao mar, seguindo a sua própria recomendação, procuram levar o barco para perto de terra e é a tempestade que não o permite.
Uma vez Jonas no mar, Deus envia um monstro marinho (κῆτος, de onde derivou cetácio) que engole Jonas, preservando-o no seu interior. Agora sim, Jonas angustia-se e dirige-se a Deus.

“Clamei, na minha angústia, ao Senhor meu Deus, e ele escutou-me: da barriga do Hades ouviste o clamor da minha voz. Atiraste-me para as profundezas do coração do mar e as correntes devolveram-me. Todas as tuas ondas e as tuas vagas me atravessaram… Fui afastado dos teus olhos. Irei ainda olhar para o teu templo sagrado? A água rodeia-me até à alma, o abismo rodeia-me ao limite, a minha cabeça afundou-se nas fendas dos montes. Desci à terra, cujas grades são pedras tumulares eternas, e levantaste a minha vida da destruição, Oh Senhor, meu Deus. Estando a morrer a minha alma em mim lembrei-me do Senhor, e cheguem até ti as minhas preces no teu santo templo. Aqueles que guardam o que é vazio e falso abandonaram a própria compaixão. Mas eu, através da voz de adoração e gratidão, sacrifico a ti: quanto prometi, te darei, Senhor da Salvação.”

Jonas confessa a sua angústia recorrendo a imagens profundamente significativas: o interior do monstro é comparado ao Hades, o mundo dos mortos. Jonas sente a morte sobre si. E confessa que foi preciso encontrar-se naquela situação para se lembrar de Deus: “Estando a morrer a minha alma em mim lembrei-me do Senhor”. Declara que tudo o que promete irá cumprir e clama pelo “Senhor da Salvação”. Jonas não se limita a solicitar um salvamento. A forma como o faz é afirmando que Deus é um deus de salvação. Jonas proclama que Deus escuta as suas preces e pede para voltar à presença do Senhor. E assim o peixe cospe o profeta para terra e este vai para Nínive.

Também muito curioso é o que sucede quando Jonas começa a pregar em Nínive. Tal como acontecera com os marinheiros que se converteram prontamente, também todos os habitantes de Nínive, Rei incluído, se arrependem do seu comportamento. O comportamento de perversão e, aparentemente, de iniquidade (ἀπὸ τῆς ὁδοῦ αὐτοῦ τῆς πονηρᾶς καὶ ἀπὸ τῆς ἀδικίας τῆς ἐν χερσὶν αὐτῶν) é o alvo da ira do Senhor. Seja qual for a iniquidade específica de que os assírios estavam a ser acusados, remediado o mal, foram imediatamente perdoados. O Senhor muda o seu pensamento, muda a sua compreensão, retrocede, arrepende-se – enfim, resolve não aplicar o castigo previamente decidido. O aviso foi suficiente. Não chegou a existir o castigo para o qual o aviso remetia.

Há um aspecto que habitualmente escapa às análises do livro de Jonas. Na realidade, em nenhum lugar do escrito se encontram palavras de Deus afirmando qual seria o castigo. Deus ordena a Jonas que informe os habitantes de Nínive de que as suas perversões tinham chegado ao seu conhecimento. Nesta ordem está implícito um castigo, mas este nunca é dito. É Jonas que, atravessando a cidade, proclama que esta será destruída em três dias. Isto é suficiente para que todos se arrependam e mudem de comportamento. Mas a destruição da cidade nunca chega.

Jonas não fica agradecido pelo perdão concedido. Não lhe agrada que o castigo que anunciou não tenha vindo. Ele desejava ver a destruição de Nínive – e sentou-se à espera que tal sucedesse. Então, Deus faz surgir uma planta para proteger Jonas do sol (apesar dele já ter feito uma tenda). E a verdade é que Jonas se afeiçoou à planta. No entanto, Deus fez com que secasse tão rapidamente como surgira e Jonas ficou triste de morte. É significativo que Jonas tenha tido esta reacção demasiado sensível a um acontecimento tão banal como o secar de uma planta. O texto está a sugerir que Jonas se deixava atingir por acontecimentos que não tinham a importância que ele lhes atribuía. Talvez Jonas tivesse a tendência para exagerar as coisas. Mas há uma pergunta que se impõe e que o texto faz. Como pode ser correcto que Jonas se emocione tão facilmente com a morte de uma planta, mas aceite pacificamente e defenda mesmo tão arreigadamente a morte de milhares de pessoas que levam as suas vidas em Nínive? Pelo menos parte delas sem habilidade para distinguir o bem do mal (“não conhecem a sua mão direita ou a sua mão esquerda” – pode tratar-se de uma referência às crianças, ou a afirmação de que os gentios em geral não distinguem o bem do mal, mas que em qualquer dos casos, quem não possui essa habilidade, não merece ser condenado). Há ainda os animais que, desconsiderados na quase totalidade da Bíblia, neste escrito assumem um lugar. A pergunta é retórica e não se esperaria que Jonas respondesse. Mas a mensagem é clara: a compreensão de Jonas estava claramente enviesada se preferia a vida de uma planta à vida de milhares de humanos (incluindo crianças) e animais.
A leitura desta parte final é discutível, mas parece estar a afirmar que as crianças e os animais de Nínive são razão suficiente para poupar a cidade a uma calamidade.

O livro de Jonas não deve ser lido como se se tratasse de um manual de História. Parece-nos claramente alegórico, metafórico. É muito pouco provável que Jonas tenha sido engolido por um peixe ou por uma baleia, que uma planta tenha crescido numa noite, enfim, que tenha de facto existido o Jonas desta estória. Contudo, podemos tentar colocar a estória numa perspectiva mais realista, ou melhor, mais próxima daquilo que poderemos aceitar como passível de acontecido, tendo em conta o paradigma que hoje partilhamos. Enfim, não seria estranho admitir que os judeus do período de elaboração deste texto (séc. VI a. C. - ver mais abaixo) se sentissem revoltados pela postura da Assíria no passado. O sentimento de que a Assíria fora responsável por um conjunto de iniquidades cometidas contra Israel deveria estar enraizado. Neste contexto, seria normal surgirem interrogações sobre a aparente apatia de Deus. Como vimos, Jeremias descreve a ira do Senhor para com a Babilónia, outra cidade agressora. E o Senhor tinha por hábito castigar outros povos que se metessem no caminho dos judeus. Seria estranho, então, para um judeu com sentimentos de vingança que nada se passasse, que nenhuma vingança divina caísse sobre Nínive, que não tivesse sido destruída (claro que, entretanto, a Babilónia e o Império Persa também haviam submetido a Assíria, mas isso não faria desaparecer o rancor acumulado, sobretudo porque a própria Jerusalém havia sido submetida também). É possível que, a certa altura, este sentimento pudesse ter criado inconvenientes e podemos imaginar que impossibilitassem o desenvolvimento de relações mais amistosas entre os dois povos. Neste contexto, não seria estranho imaginar o desenvolvimento de uma opinião diferente, que procurasse reconciliar os povos. Alguém que defendesse este tipo de abordagem reconciliatória poderia muito bem ter desenvolvido a figura de Jonas como representativo dos judeus que desejavam a vingança. Tal como Jonas, esses judeus haviam desejavam que Nínive fosse castigada, mas não estiveram preocupados em levar até Nínive a mensagem do Senhor, e por isso era expectável que Nínive tivesse permanecido na sua conduta reprovável. Jonas fugiu e talvez alguém quisesse com isso dizer que também Israel, de algum modo, fugiu à sua responsabilidade para com a mensagem de Deus.
O autor talvez pretendesse dizer que Deus nunca dissera que Nínive deveria ser castigada desta ou daquela forma. Foi Jonas que, ao entrar pela cidade adentro foi proferindo o seu anúncio de destruição (por outro lado, não é incomum que, na Bíblia, os profetas anunciem palavras que não vimos serem proferidas por Deus, por isso não podemos simplesmente assumir que nesses casos os profetas dizem palavras exclusivamente da sua própria responsabilidade – mas a verdade é que Deus não declarou nada sobre o castigo a aplicar). Deus dissera apenas que sabia das maldades cometidas por Nínive. Da mesma forma, o autor deste texto pode estar a insinuar que os judeus que desejavam uma calamidade em Nínive estavam a fazer julgamentos pela própria cabeça, e que não era Deus que tinha proferido um castigo. Mas, ainda que assim fosse, talvez Deus tivesse simplesmente perdoado o passado de Nínive quando se tornou evidente que o seu comportamento mudara para melhor. O escriba poderia estar a afirmar a sua opinião sobre o assunto dizendo que Nínive já não era a cidade perversa de outrora e que deveria ser perdoada.

Jonas criticava veementemente aqueles que adoravam outros deuses ou ídolos, e acreditava que não mereciam compaixão (“Aqueles que guardam o que é vazio e falso abandonaram a própria compaixão”). Jonas esquecia-se de que ele próprio já desobedecera flagrantemente a uma ordem directa de Deus. Tentara fugir e acabou no interior de um monstro marinho. Mas Deus perdoara-o. Por sua vez, Jonas escusava-se a perdoar Nínive agora, mesmo depois de toda a cidade se ter convertido. Talvez alguns judeus também se tivessem esquecido de todos os relatos que, nas escrituras, recordam que momentos houve em que o próprio povo escolhido pelo Senhor virou as costas a Deus, adorou bezerros de ouro ou deixou corromper os costumes.
Jonas era um servo do Senhor, prometera cumprir todas as promessas e parecia exigir que Deus cumprisse a suposta promessa de castigar Nínive. O livro lembra que todos os habitantes de Nínive são, também, filhos de Deus. Jonas preocupou-se profundamente quando morreu uma planta que estivera a seu lado um único dia. Essa planta não era filha nem criação de Jonas, contudo ele afeiçoara-se-lhe. Seria de esperar que Deus, pai de toda a criação, se condoesse dos seus filhos, humanos e não humanos, que viviam na grande cidade. Através deste exemplo, o autor estava a alertar para aquilo que hoje podemos chamar “parcialidade”. Na verdade, o ponto de vista de Jonas não era capaz de alcançar um horizonte mais abrangente do que o da sua lida mais imediata com as coisas que estavam junto de si. A perda de uma planta infligira-lhe um sofrimento de morte, mas exigia a morte de milhares de pessoas.
Ora, é possível que estes argumentos não convencessem toda a gente, ou mesmo que não convencessem a maioria. Por isso, o final do texto apresenta ainda outro argumento. Jonas, e provavelmente alguns judeus da altura em que o texto foi escrito, não toma em consideração que na cidade estão milhares de crianças inocentes e vidas animais que nenhuma culpa têm. Sugere-se que a justiça exigida por Jonas não poderia ser considerada divina pela injustiça que acarretaria.

O texto termina com uma questão e não desenvolve mais os argumentos delineados por ela. Na verdade, este seria um tema quente, polémico. As escrituras estão cheias de casos em que a culpa simplesmente se transfere de pais para filhos, sem que estes tenham a possibilidade de se livrar do castigo. Os animais também são desconsiderados, tratados como meros instrumentos económicos ou religiosos/sacrificiais. A ideia de castigo predomina em muitos livros do Antigo Testamento, mas também a ideia de que o humano não sabe que castigo o espera. Algumas cidades foram destruídas por Deus a favor dos judeus, mas a paciência do Senhor era apregoada de profeta a profeta. Esta dicotomia entre castigo e perdão pode sintetizar-se nos versículos 6-7, capítulo 34, do Êxodo:

“Tendo o Senhor passado perante Moisés, proclamou: «Yhvh, Yhvh, Deus compadecido e compassivo, paciente e cheio de compaixão e verdade; que usa de compaixão com milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que de nenhuma maneira deixará sem castigo o culpado; que castiga a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos até à terceira e quarta geração.»”

Chamamos a atenção para o facto de os termos sublinhados neste trecho surgirem em Jonas 4:2. Podemos ver que o trecho parece confuso. Deus afirma-se a si mesmo como paciente e compassivo, diz que perdoa os pecados e as iniquidades, mas logo declara que não deixará de castigar os culpados. Diz mesmo que castigará nos filhos, até à quarta geração, a iniquidade dos pais. Portanto, o autor do livro de Jonas teria dificuldade em acrescentar fosse o que fosse à pergunta que formula. Não mais poderia fazer do que dar a entender, como de facto deu, que Deus perdoaria em tanto que houvesse verdadeiro arrependimento, isto é: que se abandonasse os maus caminhos e se seguisse a palavra do Senhor.

Ao dar a entender que os assírios também são filhos de Deus, com direito a serem perdoados no momento em que se tornar evidente (aos olhos de Deus) que arrepiaram no caminho do pecado, o escriba produz um texto cuja mensagem pode, na verdade, aplicar-se a todo e qualquer povo e não só aos habitantes de Nínive. Não sabemos ao certo se quando menciona aqueles que não distinguem o bem do mal se refere às crianças, ou àqueles que ainda não receberam a palavra de Deus. Se entendermos neste último sentido aquelas palavras, então o seu autor devia estar a pensar que os judeus tinham o dever de ir até Nínive (e até todas as cidades do mundo), não com o coração cheio de ira, mas com o coração cheio de compaixão, para lhes comunicar as palavras do Senhor e os fazer arrepender. De qualquer modo, este texto traz-nos uma mensagem profunda, universal, mas ao mesmo tempo sem obliterar as fraquezas humanas que tantas vezes colocam entraves ao convívio entre povos.

Finalmente, devemos notar que os peritos colocam, habitualmente, a elaboração do livro de Jonas na época pós-exílio. Isto é, depois da vitória do Império Persa sobre o Babilónico, quando os judeus foram autorizados a regressar à Palestina. Lembre-se que a Babilónia havia deportado os judeus. Foi Ciro que permitiu o regresso dos hebreus à sua terra. Quando os exilados chegaram à Palestina devem ter encontrado os hebreus que ali haviam ficado a viver conjuntamente com pessoas de outros povos, também dominados pelos persas, e antes pelos babilónios. O Império Persa incluía então povos que tinham sido inimigos durante muito tempo, nomeadamente, os assírios e os hebreus. Nínive e Jerusalém pertenciam agora à mesma unidade política, um Império que se mostrara amigo dos hebreus. Os líderes religiosos hebreus devem ter sido pressionados para amenizar os sentimentos dos judeus face aos assírios. Os persas estariam interessados em ver os seus súbditos a darem-se bem uns com os outros. Talvez houvesse casamentos entre pessoas de diferentes proveniências e talvez nem todos vissem com bons olhos que alguém viesse de Nínive casar-se com um hebreu em Jerusalém. O livro de Jonas seria mais do que bem vindo pelas autoridades.

Seja como for, no século VI a.C., alguns hebreus pensavam que Nínive deveria ser perdoada. E que se Deus havia demorado na ira e afinal evitado o castigo de destruição final da cidade, então deveriam existir muito boas razões para tal. Esses hebreus deverão ter estado na origem deste texto sobre esse servo de Deus que preferia a morte a viver para ver Nínive perdoada: Jonas.

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