sexta-feira, 5 de abril de 2013

Participação (ou boa participação)

A propósito de desafios à Democracia...


Um dos grandes desafios à Democracia: a alienação. 

Não só porque as pessoas se divorciam paulatinamente da política profissional (situação potenciada pela mentalidade que reduz a participação ao voto), como também porque podemos ver surgir em alguns países democráticos para que os votos se concentrem em candidatos à margem dessa política oficial - e esta atitude pode ainda ser descrita como alienação (não sendo, por isso, o votar ou não votar que deve ser definido como factor fundamental de responsabilidade ou compromisso do cidadão). 

De resto, pode-se perguntar até que ponto as pessoas se manterão alienadas da política quando esta as instrumentaliza (na figura do "contribuinte", ou qualquer outra), defraudando as suas aspirações humanas (que não cabem no mecanismo do funcionalismo) - até que ponto as pessoas acatarão, sofrerão, aguentarão a sua instrumentalização antes de começarem um processo de "insurgimento" (cujas consequências não são necessariamente democráticas)? (como parece ter sido o caso da Alemanha de Hitler - quer dizer, e para acabar, o problema não é só como tornar os cidadãos em cidadãos participantes, mas também em que a sua participação seja uma participação "esclarecida", ou melhor, uma "boa participação") 

Na Alemanha, as pessoas acabaram por, numa situação de desemprego avassalador, darem o seu voto a Hitler (mesmo que se diga que Hitler usou meios de "persuasão" algo violentos, isto não justifica a subida registada por um partido que não ia além de pouco mais de 2%...), e depois numa situação de "pleno emprego", deram das mais variadas formas o seu consentimento, o seu apoio, passivo, mas também activo, às políticas nazis...

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