A maçã e o pecado original. A maçã simplesmente não está na
bíblia como pecado original. No entanto, em latim, "malus" tanto pode
designar o "mal" como a "macieira". Talvez daí venha a
confusão. Entretanto, o fruto em geral é considerado como símbolo de caducidade. Quer dizer, daquilo que passa.
Aquilo que passa não se pode constituir em posse
plena. Não é algo que permaneça, que possa estar disponível enquanto fizer
falta, por exemplo. Os frutos são assim qualquer coisa de dura pouco, que
rapidamente se destrói em razão da sua própria constituição. Neste sentido, é
relevante que o conhecimento e a vida sejam, no Génesis, referidos como
"frutos".
A própria vida é um fruto que dura um certo tempo, mas que
é constitutivamente caduca: "tu és pó e ao pó voltarás". Por outro
lado, pode ser consumida, ou guardada. Enfim, há toda uma simbologia que
importaria explorar, mas, de facto, não há nenhuma referência a uma maçã. O
fruto proibido não é a maçã.
A única proibição explícita é a de "comer da árvore do
conhecimento do bem e do mal".
Sem comentários:
Enviar um comentário
discutindo filosofia...