quarta-feira, 8 de julho de 2015

Kierkegaard e Nietzsche

A propósito de multidão e indivíduo...

Segundo Nietzsche, as massas devem conformar-se à moralidade enquanto conjunto de normas instituídas - apenas alguns indivíduos conseguem guiar-se pelas leis da própria subjectividade. Kierkegaard concorda. Mas o ponto de Kierkegaard é que todos os indivíduos são capazes de se tornar indivíduos - enquanto Nietzsche parece convencido que só alguns são realmente capazes de não ser multidão. 


Ou seja, quer Kierkegaard quer Nietzsche concordam que a maioria da gente é multidão e que só raramente surgem indivíduos realmente singulares. Mas Nietzsche pensa que isto é assim porque tem e deve ser assim. Já Kierkegaard esforça-se por mostrar que qualquer um pode vir a ser um indivíduo. 

1 comentário:

  1. Achei interessante a sua distinção entre a perspectiva de Nietzsche com a de Kierkeegard. Acho que ela se deve ao fato de Nietzsche ser um existencialista ateu e, como tal, acreditar somente nas próprias forças do ser humano que, na maioria dos casos, são limitadas enquanto que o Kierkeegard, enquanto existencialista cristão, acredita na ajuda do poder transformador da fé e da graça divina.

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