Reconheço que erro quando estou num ponto em que já não estou em erro. Quando sei que errei, suponho que não erro ao identificar o erro. Enquanto erro suponho que não estou em erro. Pois quando reconheço o erro, como foi dito, suponho que não erro nesse reconhecimento. De tal modo que, quando estou no erro, quando reconheço o erro e quando não estou em erro - em todos estes casos, julgo não estar em erro. Vemos o erro sempre como qualquer coisa de passado. Qualquer coisa que já foi. Do ponto de vista em que olhamos para o erro julgamos ter já corrigido o errado, de tal modo que supomos estar certos ao apontar o erro. Mas é quando estamos em erro que não vemos que estamos em erro. Se, no entanto, estávamos em erro e agora não estamos, se umas vezes erramos e outras acertamos e se enquanto erramos não sabemos que erramos, e enquanto acertamos julgamos que acertamos tanto quanto o pensamos quando erramos, o que é que impede que erremos quando julgamos sobre os momentos de erro e de não erro?
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