E o senhor elogiou o feitor de injustiça pois fez sensatamente: pois os filhos deste tempo são mais sensatos do que os filhos da luz na sua própria geração.
Lucas 16:8
καὶ ἐπῄνεσεν ὁ κύριος τὸν οἰκονόμον τῆς ἀδικίας ὅτι φρονίμως ἐποίησεν· ὅτι οἱ υἱοὶ τοῦ αἰῶνος τούτου φρονιμώτεροι ὑπὲρ τοὺς υἱοὺς τοῦ φωτὸς εἰς τὴν γενεὰν τὴν ἑαυτῶν εἰσιν.
O "senhor" a que o trecho se refere não é Jesus, nem Deus, mas sim o senhor para o qual trabalha o feitor. O "feitor" - literalmente, "aquele que gere a casa", οἰκόνομος - utiliza as suas artimanhas, em seu proveito, com injustiça. O seu senhor, i.e., o seu patrão elogia-o, mas não elogia a injustiça. O feitor, de facto, enganou o patrão, mas o patrão, não se sabendo enganado, fica contente com a colecta que o feitor apresentou. Contudo, o feitor foi efectivamente esperto porque fez com que os registos coincidissem com a colecta apresentada - na verdade, os registos não foram justos: o feitor fez com que fossem feitos em seu proveito e não em proveito do seu patrão, nem em proveito do que é justo. Mas justamente pela sua esperteza o feitor acabou por ser elogiado pelo patrão enganado.
Aqueles que se preocupam com as coisas do mundo são mais espertos, mais eficazes e mais proficientes do que aqueles que se ocupam da luz - justamente porque não se preocupam com as coisas do mundo parecem descoordenados e insensatos.Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém julga ser sábio entre vós neste tempo, que se torne estúpido, para que venha a ser sábio.
1 Coríntios 3:18
Μηδεὶς ἑαυτὸν ἐξαπατάτω· εἴ τις δοκεῖ σοφὸς εἶναι ἐν ὑμῖν ἐν τῷ αἰῶνι τούτῳ, μωρὸς γενέσθω, ἵνα γένηται σοφός.
Mas a sabedoria do mundo é ignorância, de tal modo que para adquirir a verdadeira sabedoria é preciso ser ignorante nas coisas do mundo. A sabedoria do mundo é apenas uma ilusão em que cada um se ilude a si mesmo.
Respondendo-lhe disse o senhor: «Marta, Marta, ansiosa e afligida por tantas coisas, mas uma [apenas] é precisa. De facto, Maria escolheu a boa parte a qual não lhe será retirada.
Lucas 10:41-42
ἀποκριθεὶς δὲ εἶπεν αὐτῇ ὁ κύριος, Μάρθα Μάρθα, μεριμνᾷς καὶ θορυβάζῃ περὶ πολλά, ἑνὸς δέ ἐστιν χρεία·Μαριὰμ γὰρ τὴν ἀγαθὴν μερίδα ἐξελέξατο ἥτις οὐκ ἀφαιρεθήσεται αὐτῆς.
As pessoas ocupam-se de tantas coisas que acabam na aflicção. A imensidão de coisas que as preocupam apertam-nas, sufocam-nas. Nessas aflições gastam tempo de vida, mas gastam a vida em coisas que são deste mundo e que, portanto, pertencem ao mundo. Não podem ser levadas e uma vez que chegue a morte tudo fica no mundo mas vai-se a vida e vai-se o tempo. Assim, as pessoas gastam a vida com coisas que só servem enquanto há tempo e servem na medida do mundo. E este é o problema, porque então a morte, se só se têm coisas do mundo, reduz tudo a nada e vai-se tão nu como se chegou ao mundo - por mais riqueza, sucesso, fama ou felicidade se tenha acumulado no mundo, sendo coisas do mundo, são sempre do mundo. Na verdade, nada disso chega alguma vez a ser, verdadeiramente nosso. Na verdade, nem mesmo se conquistarmos o mundo inteiro ele nos pertence. Nada do mundo pode ser adquirido pelo humano, justamente porque é do mundo, é exterior, é outra coisa.
Ou já se nasceu com tudo o que é preciso, ou nada do que é verdadeiramente preciso pode alguma vez ser adquirido. Ou se tem adquirido desde início tudo, ou nada vale a pena. Ou tudo ou nada. Só o que desde sempre já estava adquirido não nos pode ser retirado - desde que o escolhamos e o preservemos.
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