Foi Libet que detectou o hiato entre decisão (tomada pelo cérebro) e consciência da decisão, lá para meados da década de 80... Tal hiato reduz a o livre-arbítrio a uma ilusão.
Desde então já houve estudos no mesmo sentido, e outros que o refutam ou que re-interpretam esse tipo de dados.
A posição mais radical contra o livre-arbítrio nessa área é a de Blackmore, que vai ainda mais longe para negar também a existência de um "sujeito", de um "eu", de "alguém" - ficou conhecida a sua expressão "there’s nobody in there" (não existimos, por isso, também nem sequer faz sentido perguntar se somos livres). Mas não é verdade que todos os neurocientistas concordem que não temos livre-arbítrio.
Depois resta a perspectiva do existencialismo: mesmo que tudo isso seja verdade, nada disso muda o facto de, aqui e agora, ter de ser eu a tomar esta decisão. Do ponto de vista existencial, este estar condenado a ter de ser eu a arcar com a responsabilidade de decidir não é uma ilusão, mas precisamente a realidade da vida.
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