sábado, 27 de outubro de 2018

O homem concebido como se fosse um cão

A propósito da ideia segundo a qual é o professor que tem de motivar os alunos

Concordo completamente com a posição defendida por Carlos Fiolhais neste artigo de jornal.

Mais: parece-me que a principal razão (havendo, naturalmente, outras) para os alunos hoje andarem tão desmotivados é precisamente esta "modernice" de terem de ser os outros a motivá-los. Eles próprios já interiorizaram isto e, portanto, sentem que a responsabilidade à partida não é deles. A responsabilidade foi-lhes retirada. Não lhes compete esforçarem-se: só têm de esperar que os outros os motivem. Se não estudam porque não lhes apetece, a responsabilidade não é deles; se não estudam porque não gostam da matéria, a responsabilidade não é deles. Sabem muito bem que a responsabilidade será posta no professor: se o aluno não estuda porque não gosta da matéria a culpa é do professor que não o motivou.

Pobre concepção de "humano" que subjaz a esta "modernice". É conceber o humano como se ele mais não fosse do que um "cão de Pavlov".

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