Sem-abrigo por opção:
«Jorge Toledo, de 50 anos, deixou a ilha Terceira, nos Açores, em setembro de 2009. Para trás ficaram a família, com duas filhas, e um emprego estável como eletricista na empresa Eletricidade dos Açores (EDA). Sentiu-se "chateado com a sociedade" e decidiu "vir fazer vida de sem-abrigo"». (fonte: https://www.rtp.pt/noticias/politica/sem-abrigo-de-lisboa-fazem-biscates-atraves-dos-cacifos-solidarios_n769990)
Fenómeno conhecido desde a Antiguidade, teve diversos enquadramentos sociais ao longo dos séculos, mas trata-se sempre da mesma situação: pessoas que decidem livremente deixar para trás toda a riqueza, abandonar a sua função (trabalho, emprego, etc.), a sua família, os seus bens e, em muitos casos, até a sua comunidade, vila, aldeia, cidade ou país, e passar a viver sem casa ou ligações fixas à sociedade, na situação que hoje em dia reconhecemos como de "sem-abrigo", mas que ao longo do tempo recebeu denominações e conotações muito diferentes, nem sempre pejorativas ou marginalizantes.
Buda e Jesus são, provavelmente, os dois casos mais conhecidos, por razões óbvias, mas entre filósofos e religiosos podem encontrar-se bastantes exemplos. Contudo, este fenómeno não se limita, de modo nenhum, aos filósofos e religiosos, mas também entre o comum dos mortais, e até entre os que pertencem às classes mais ricas e poderosas, desde sempre parece ter existido quem decidisse abandonar tudo e viver sem posses ou ligações sociais e familiares típicas.
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