sábado, 5 de outubro de 2013

"Nómada", as almas e a reprodução...

A propósito de reprodução e amor...


No "Nómada", de Stephenie Meyer, fala-se de uma espécie alienígena, cujos membros se chamam "almas". As almas são virtualmente imortais. Isto quer dizer que, a não ser que decidam suicidar-se, ou que alguém as mate violentamente, elas não morrem.

Curiosamente, reproduzem-se de uma forma muito particular. Não copulam, não fazem sexo. A natureza não as alicia com qualquer tipo de prazer para uma actividade da qual, provavelmente, nascerão mais membros da espécie. As almas reproduzem-se se decidirem fazê-lo - e reproduzem-se sozinhas. O processo é muito simples: a alma decide dar a vida para que nasçam os seus filhos.

As almas não se podem reproduzir porque, na busca de um prazer intenso, aconteceu um "acidente". Elas têm de decidir que querem ter filhos sabendo que isso significa que no momento em que nascerão, elas morrem. As novas almas não precisam de pais para nada.

A pergunta é: quantos seres humanos procriariam se com eles se passasse o mesmo? Não houvesse sexo. Soubessem que não criariam os seus filhos. Soubessem que morreriam para os seus filhos nascessem. A verdade é que a natureza se deu a um grande trabalho a aliciar os seres humanos a reproduzir-se. Precisaria a natureza de aliciar os seres humanos com o prazer se, de facto, na paternidade em geral estivesse envolvido o amor? É curioso que nos animais que não têm de fazer necessariamente o que os instintos lhe mandam, a natureza teve que envolver na equação um elevado nível de prazer.

Os peixes, por seu lado, também não precisam de "sexo". Algumas arranhas deixam-se comer pelos filhos.

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