terça-feira, 9 de julho de 2013

A pressuposição de evidência e a consciência do erro

A propósito de "pressuposição de evidência"...

A consciência é formal. O que quer isto dizer?

1. Quer dizer que qualquer conteúdo é um conteúdo consciente e nada existe para a consciência senão como conteúdo dela.

2. De 1. concluímos que a consciência normal é a "pressuposição" de evidência, de tal modo que o ente consciência É sempre, de algum modo consciente de alguma coisa na "pressuposição" de evidência disso de que está consciente.

3. De 2. concluímos que o ente consciente sempre se julga consciente - e que, em certo sentido, ele está certo nisso.

4. No erro há qualquer coisa de novo e isso NÃO É o colapso da pressuposição de evidência. O que há de novo na consciência do erro é, antes de mais nada, a explicitação de algo que estava em estado tácito, latente, INCONSCIENTE. O que é novo na consciência do erro é a consciência de algo de que não se tinha consciência - mas isto NÃO produz imediatamente nem necessariamente a consciência de que se está numa situação em que sempre se tem consciência de conteúdos explícitos de tal modo que a apresentação explícita depende dos conteúdos não explícitos. Isto é, reconhecer que se errou não produz necessariamente o reconhecimento de que se permanece num estado tal que pode ser idêntico ao estado em que se estava quando se estava em erro.

5. De 4. concluímos que a própria consciência do erro é um processo cujo funcionamento visa, em primeiro lugar, manter em funcionamento a "pressuposição" de evidência.

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