terça-feira, 22 de março de 2016

O terror e o problema do paliativo

A propósito de terrorismo na Europa...

Imagine-se que um sujeito tem uma doença. Esta doença é fatal - talvez a médio-longo prazo. Contudo, imagine-se que há uma cura, desde que o medicamento certo seja tomado em tempo útil. Por outro lado, esta doença é tal que provoca dores horríveis no paciente e o problema é que a cura provoca, também, uma espécie de sofrimento agonizante. Há, no entanto, um paliativo bastante eficaz capaz de retirar as dores ao paciente. Infelizmente, o princípio activo capaz de atacar a doença e curar o paciente é incompatível com o paliativo.

Ora, se o paciente, com medo do sofrimento provocado pela cura, preferisse eliminar as dores tomando o paliativo, não diríamos que a sua escolha tinha sido imprudente?
Acontece, porém, que se passa com o paciente o mesmo que com aquela raposa que queria comer as uvas, mas constatando que estavam longe de mais para lhes chegar, se resume a dizer que, afinal, "até estão verdes"!
Ora, se o paciente, com medo do sofrimento provocado pela cura, preferisse eliminar as dores tomando o paliativo, não diríamos que a sua escolha tinha sido imprudente?Acontece, porém, que se passa com o paciente o mesmo que com aquela raposa que queria comer as uvas, mas constatando que estavam longe de mais para lhes chegar, se resume a dizer que, afinal, "até estão verdes"!É neste ponto que estamos no combate ao terrorismo. O Ocidente é esse paciente!

Primeiro: é importante que não se actue por impulso emocional sempre que há atentados.

Segundo: a verdadeira guerra ao terrorismo é a que se trava dos os dias - as dezenas de atentados evitados sem que a população se aperceba.

Mas há um problema: esse trabalho que os serviços de segurança fazem, e que é importantíssimo, não é, na verdade, uma luta contra o terrorismo. É apenas tratamento sintomático, não etiológico. Apenas ataca os efeitos, não as causas. A União Europeia não tem feito nada de relevante contra o terrorismo ao nível do combate às suas causas. Continua iludida de que pode resolver todos os seus problemas mandando milhões de euros para aqui ou para ali...

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