sexta-feira, 23 de março de 2018

"Fake news" are the new black

A propósito de embandeirar em arco...


Isto do escândalo do facebook tem muito que se lhe diga.
No MIT, fizeram uma investigação sobre a razão pela qual as "notícias falsas" se propagam muito mais depressa do que as notícias verdadeiras.
A questão é muito curiosa, porque o facto de haver gente a produzir "notícias" falsas podia ser irrelevante em relação à propagação. Mas não é. As estatísticas mostram que as falsas são mais rápidas, convencem mais gente mais depressa do que uma notícia verdadeira.
Há um aspecto que é a circunstância de as pessoas preferirem embandeirar em arco em vez de queimar neurónios a "confirmar" uma notícia.
Mas também isto não explica porque as pessoas têm mais tendência a embandeirar em arco atrás das notícias falsas.


Há muitos aspectos a considerar, portanto. Mas há um que salta à vista. É que a produção de "notícias falsas" faz-se acompanhar de um plano selectivo de distribuição das mesmas... Uma "notícia falsa" é construída direccionalmente e a sua distribuição tem em conta o perfil dos consumidores. Ou seja, a "notícia falsa" não é apenas uma "notícia falsa", mas um conteúdo fabricado para um certo consumidor previamente inclinado para querer aceitar esse conteúdo...


O problema de base é, portanto, de facto, a nossa tendência para embandeirar em arco, porque nós queremos embandeirar em arco precisamente atrás daquilo para que tendemos, de modo que se alguém nos mostra um conteúdo que reforça as nossas opiniões, desejos e esperanças, tendemos a confiar nesse conteúdo e a assumirmos uma atitude prosélita em relação a ele.

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