O respeito pelo outro e tal são, precisamente, limites... é a definição de ética. Como Kant dizia, a felicidade é o fim último subjectivo e o dever é a condição formal de todos os fins... Ou seja, ao contrário do que diz Aristóteles, a felicidade não é o fim último em si mesmo, porque se fosse, então tudo aquilo que faríamos teria a obtenção de felicidade como critério. No entanto, nós somos capazes de identificar situações em que aquilo que me traria felicidade não deve ser feito.
Kant acreditava que o humano estava cindido ente dois desejos: o de felicidade, e o de dignidade. O problema, segundo ele, é que aquele que objectivamente é superior (porque lhe reconhecemos validade universal, pelo menos, se Kant está certo), é simultaneamente aquele que é subjectivamente mais fraco (porque o móbil da felicidade - as diversas paixões - é mais forte do que o móbil da dignidade - o sentimento de dever)... Daqui resulta que para que uma pessoa viva eticamente tenha de, primeiro, conseguir intervir na sua própria constituição subjectiva, formando um carácter (a capacidade de se fixar em máximas)... Isto, evidentemente, é aquilo que ninguém se lembra de fazer, porque como se sabe a vida externa ocupa-nos demasiado tempo, de modo que só quando estamos para morrer nos lembramos que poderíamos ter sido melhores pessoas.
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