Kierkegaard insiste que a existência tem a forma de salto e, por isso mesmo, de aposta. Claro que o sujeito procura que a vida tenha a forma de troca. O homem gostaria de poder escolher como quem troca isto por aquilo, tal como se faz quando se vai ao hiper-mercado.
Gostaríamos de saber que quando abdicamos de Y tendo em vista X, há alguma espécie de garantia celestial. Assim, o homem prudente apenas aceita ir em busca de X se puder suportar a sua escolha em alguma forma de garantia. Mas Kierkegaard insiste: a vida não tem a forma de "troca", mas sim a forma de "aposta". Por mais que se tente, a forma da vida será sempre a de aposta e nunca a de uma troca, precisamente pela razão de que se pode sempre acabar na bancarrota total.
Este reconhecimento de Kierkegaard estraga as contas de quem vá procurar nele um pensador cristão pronto a oferecer uma visão da vida garantida por alguma espécie de consórcio de seguradoras ou por um bombeiro universal!
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