Como todas as superstições, parece difícil traçar até à origem a crença de que a sexta-feira treze é um dia particularmente azarento. De facto, misturam-se muitos mitos e histórias.
Por um lado, o próprio número 13 já está marcado por uma carga negativa. Na nossa cultura, parece ter pesado especialmente que na última ceia estivessem 13 indivíduos à mesa: os doze, mais Jesus.
Mas isso não explica a carga da sexta-feira.
Por outro lado, Jesus parece ter sido morto numa sexta-feira, o que pode explicar a negatividade associada à sexta-feira.
No entanto, estes aspectos, verdadeiros ou não, parecem não explicar a conotação da sexta-feira treze.
Ora, já faz parte da cultura popular associar a origem desta superstição ao episódio que condenou os Templários ao desaparecimento. De facto, a 13 de Outubro de 1307, sexta-feira, a Ordem dos Templários foi declarada ilegal. Perseguidos, torturados e executados, este acontecimento pode ter marcado a mentalidade das pessoas que viram uma ordem tão poderosa ser incapaz de escapar ao extermínio por meios violentos e cruéis.
Mas, aparentemente, a sexta-feira treze já estava negativamente marcada quando os Templários foram ilegalizados. Aliás, os episódios mais cruéis e marcantes da perseguição aos Templários não sucederam nessa sexta-feira, mas depois disso.
No entanto, foi numa sexta-feira, dia 13, de maio de 1239, que pelo menos 183 cátaros, homens e mulheres, foram queimados, às mãos da Santa Inquisição, na Champanhe. O episódio foi o primeiro de uma série de atrocidades e massacres, dos quais o de Montségur é o mais conhecido. E esse episódio ocorreu numa sexta-feira treze em que 183 cátaros foram queimados. Apesar de este acontecimento ter, de algum modo, caído no esquecimento popular, parece ter deixado uma ideia clara nas mentalidades: que a sexta-feira treze não é dia de boa sorte. Ideia que pode ter sido fortalecida por outros acontecimentos posteriores, como a perseguição dos Templários, tal como por outros acontecimentos e crenças anteriores, tal como o número de pessoas à mesa da última ceia de Jesus.
Assim - ou de outra maneira semelhante - se constroem mitos e superstições.
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