Comeria eu e beberia, só para poder voltar a ter fome e sede e comer e beber, até que a sepultura aberta sob os meus pés me tragasse e eu mesmo brotasse do solo como alimento? Geraria eu seres iguais a mim mesmo, para também eles comerem e beberem, e morrerem, e deixarem atrás de si seres como eles, que hão-de fazer o mesmo que eu já fiz? Para quê este círculo que continuamente torna a si, este jogo que sempre recomeça do mesmo modo, em que tudo passa-a-ser para perecer e perece para passar-a-ser de novo, tal como já foi; [para quê] este monstro incessantemente a devorar-se a si mesmo, para poder voltar a gerar-se, e a gerar-se, para poder de novo devorar-se?
FICHTE, Die Bestimmung des Menschen, trad. N. Ferro e M.J. Carvalho (a tradução surge em KIERKEGAARD, Diapsalmata, p. 57, numa nota da autoria dos tradutores)
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