A propósito de consciência de si.
"Mas, tornar-se uma pessoa fantástica desta maneira, e assim estar no desespero, não significa, ainda que por vezes seja óbvio, que uma pessoa não pode muito bem seguir com a sua vida, parecer ser alguém, estar ocupada com assuntos temporais, casar, ter filhos, ser honrada e estimada - e não se detectará que, num sentido mais profundo, lhe falta um si-mesmo. Coisas destas [a falta de um si-mesmo] não agitam o mundo, pois um si-mesmo é a última coisa que interessa ao mundo, e a coisa mais perigosa de todas para uma pessoa mostrar sinais de a ter. O maior perigo de todos, perder o si-mesmo, pode passar completamente despercebido no mundo, como se não fosse nada. Nenhuma outra perda pode ocorrer tão pacificamente; qualquer outra perda - um braço, uma perna, cinco euros, uma mulher, etc. - certamente será notada."
Kierkegaard, A doença até à morte, XI, 146
terça-feira, 19 de novembro de 2013
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