Um pequeno trecho da Carta VII de Platão:
Οὔτε γὰρ πέφυκεν ἀθάνατος ἡμῶν οὐδείς, οὔτ᾽ εἴ τῳ συμβαίη, γένοιτο
ἂν εὐδαίμων, ὡς δοκεῖ τοῖς πολλοῖς· […] διὸ καὶ τὰ μεγάλα ἁμαρτήματα καὶ ἀδικήματα
σμικρότερον εἶναι χρὴ νομίζειν κακὸν πάσχειν ἢ δρᾶσαι, ὧν ὁ φιλοχρήματος
[7.335b] πένης τε ἀνὴρ τὴν ψυχὴν οὔτε ἀκούει, ἐάν τε ἀκούσῃ, καταγελῶν, ὡς οἴεται,
πανταχόθεν ἀναιδῶς ἁρπάζει πᾶν ὅτιπερ ἂν οἴηται, καθάπερ θηρίον, φαγεῖν ἢ πιεῖν
ἢ περὶ τὴν ἀνδραποδώδη καὶ ἀχάριστον, ἀφροδίσιον λεγομένην οὐκ ὀρθῶς, ἡδονὴν
ποριεῖν αὑτῷ τοὐμπίμπλασθαι, τυφλὸς ὢν καὶ οὐχ ὁρῶν, οἷς συνέπεται τῶν ἁρπαγμάτων
ἀνοσιουργία, κακὸν ἡλίκον ἀεὶ μετ᾽ ἀδικήματος ἑκάστου, ἣν ἀναγκαῖον τῷ ἀδικήσαντι
συνεφέλκειν ἐπί τε γῇ στρεφομένῳ καὶ ὑπὸ γῆς [7.335c] νοστήσαντι πορείαν ἄτιμόν
τε καὶ ἀθλίαν πάντως πανταχῇ.
Platão, Carta VII, 334e-335c
Pois nenhum de nós é imortal por natureza, nem se o fosse se
tornaria feliz, como pensa a maioria. […] E por isso devemos considerar ser um
mal menor sofrer faltas e injustiças do que cometê-las. Aquele homem que é
amigo de riquezas e pobre de alma não escuta isto, e se o escuta, ri-se, enquanto
pensa pilhar desavergonhadamente por todo o lado tudo aquilo de que pensar,
como uma besta, comer ou beber ou saciar-se a si mesmo, de forma servil e
ignóbil, provocando o prazer incorrectamente chamado afrodisíaco. É cego e não
vê, nessas pilhagens acompanhadas de impiedade, quão grande mal há sempre em
cada injustiça, que fardo o injusto está condenado a carregar enquanto anda
pela terra e quando regressa para debaixo da terra numa caminhada de todo o
modo sem honra e miserável.
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