A propósito do carácter excessivo do Humano:
«Isso significa pois que — segundo Heidegger — é a própria transcendência em questão que se deixa definir por uma forte “tensão” para o que se acha para lá da situação determinada em que de cada vez “ocorre”. A transcendência é portanto “tensão” para algo: para algo que — segundo a noção de Überschwung — é “mais” (“mais rico”, “mais pleno”, “mais completo”, “mais perfeito”) do que aquilo que já se “tem”.
[...]
Deste modo, do uso da noção de Überschwung na descrição da transcendência resulta claro o seguinte: a transcendência consiste — enquanto tal — numa forte “tensão” (por parte do Dasein) para algo “mais” do que “actualmente” já é ou do que “actualmente” já “possui” de si mesmo. Ou seja: para algo que — vendo bem— não é só “mais” do que isso, mas a totalidade do que o Dasein pode ser ou pode “possuir” de si mesmo a haver.
[...]
E é de tal modo isto que se trata de obter que — se não se realizarem todas e cada uma das possibilidades “projectadas” “de antemão” pela própria “actividade” da transcendência (isto é: se não se realizarem todas e cada uma das possibilidades que contribuem para uma efectiva “majoração” do si mesmo) — se ficará “aquém” do que se tem de “alcançar” para se ser plenamente e se ficará “em falta” em relação a si mesmo.»
Paulo Lima, HEIDEGGER E A FENOMENOLOGIA DA SOLIDÃO HUMANA
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020
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