1. Penso que, em termos humanos, há qualquer coisa superior à felicidade.
2. Mas também pode acontecer que não se trate de haver algo superior à felicidade.
2.1. Não é imediatamente evidente se há, ou não, algum sentido em que o ἐλέγχειν socrático (a crítica, o exame, o destruir ilusões) constitua um fim pelo qual valha a pena, per se, destruir uma felicidade ilusória (seria preciso também averiguar se poderia haver coincidência entre o ser feliz e o adquirir consciência de si). Pode simplesmente acontecer que ser feliz seja efectivamente o fim autêntico do humano, e que o ser passivamente feliz seja perverso exclusivamente na medida em que impede o lançamento para o ser feliz autêntico.
2.2. Ora, se assim for, então, se se der o caso de não haver nenhuma felicidade autêntica passível de ser adquirida, seria preferível que o sujeito se mantivesse passivamente feliz sem o saber - sendo que, então, o problema é que para perceber que não há essa felicidade autêntica seria necessário empreender um processo de exame que impediria o regresso à situação de felicidade passiva...
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discutindo filosofia...