segunda-feira, 6 de julho de 2015

Ou pão e circo e palhaços OU o espírito grego

A propósito do Referendo grego de 05-06-2015



Os gregos assumiram colectivamente um papel que há muito se perdeu na Europa. E fazem muito bem, pois que foram eles que o inventaram: o papel da Política.

Há muito que na Europa não há nem Política nem políticos, mas apenas pão e circo e palhaços.

Ninguém sabe o que isto vai dar - mas sabemos, se somos honestos, que os Gregos fizeram aquilo que nos competia a todos fazer. Sabemos, se somos honestos, que não há verdadeiramente uma Democracia contra 18... Sabemos, se somos honestos, que há agora uma vontade popular - contra 18 governos-zombie de 18 povos-zombie numa Europa-zombie.

Os Gregos - e o seu papel na Europa

A propósito do Referendo Grego de 05-07-2015



Ouve-se e lê-se há uns tempos para cá um chavão que se pretende iluminado e que afirma que os gregos de hoje são uma sombra de uma sombra dos gregos gigantes do passado.

Quando ouço este chavão insisto sempre que não é assim. Pelo contrário: tal como o Sócrates da Hélade antiga foi gigante e foi condenado à morte pelos seus contemporâneos, devemos estar preparados para aceitar a possibilidade de sermos nós que somos demasiado pequenos para perceber a grandiosidade dos gregos de hoje.

Sobre o REFERENDO Grego - um momento da História Europeia

A propósito de "peixe e cana de pesca"...





Os Gregos estão a mostrar algo que está muito além da mera dicotomia "dar peixe/dar cana de pesca". É toda uma visão de como deve ser a Europa, de como a Europa deve ser para com os seus estados-membros... É toda uma concepção sobre os ideais que servem ao projecto Europeu - uma concepção que nega absolutamente que "primeiro os negócios, depois a política", que nega absolutamente que "aquilo que não admite excepções" seja a lei da finança...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Utilitarismo e Nazismo

A propósito de Utilitarismo

"Os pressupostos nazis são exclusivamente utilitaristas. O nazismo é um modo de utilitarismo, uma espécie de utilitarismo intensificado. 

O nazi é um utilitarista, a única diferença é que o nazi é honesto. O utilitarismo é nazismo em potência - está sempre na possibilidade de se tornar nazismo na medida em que seja honesto com os seus próprios pressupostos. A única coisa que impede um utilitarista de ser completamente nazi é a tendência humana para a hipocrisia."



É possível rebater esta crítica ao Utilitarismo?

O dinheiro como medida do humano

A propósito do artigo de Habermas

A "dissolução da política na conformidade com os mercados" (Habermas) da Europa, o "primeiro os negócios, depois a política" de Paulo Portas - são apenas aspectos de algo radicalmente impresso na contemporaneidade: o desaparecimento da ética. A completa e absoluta dissolução do humano na economia. Hoje, se há princípios, são os da economia; se há consciência, é uma preocupação económica; se há valores, são os monetários; se há uma medida do humano é o seu sucesso financeiro.
Um sujeito mede-se pelos seus cifrões.
A dissolução da ética nos negócios acarreta como consequência a dissolução da política nos mercados.


Houve tempos em que se dizia que "uma vida não examinada não serve ao humano". Mas hoje o homem comeu do fruto do conhecimento e descobriu que "uma vida sem lucros não merece ser vivida". A validade do sentido da vida é comensurável com o dinheiro que se tem e movimenta.