Um conjunto considerável de pessoas julga que pensar de forma crítica significa negar qualquer coisa que pareça científico.
Por exemplo, se a ciência diz que a Terra é redonda, então, pensar de forma crítica é acreditar que ela é plana. Se a ciência diz que as vacinas são benéficas, então, pensar de forma crítica é acreditar que elas são prejudiciais. Se a ciência diz que há alterações climáticas provocadas pelos homens, então, pensar de forma crítica é negar as alterações climáticas, ou negar que sejam provocadas pelos homens.
Este tipo de pensamento reproduz-se como os coelhos e atinge todas as áreas. Aqueles que o praticam consideram que o facto de estarem a negar uma posição cientificamente consolidada já significa que estão a pensar criticamente.
Como este tipo de pensamento, por força do seu próprio funcionamento, tem de negar a validade das evidências científicas, estipula como dogma que a investigação científica está sempre comprada e enviesada. Não interessa quais e quantas sejam as evidências científicas disponíveis, pois se são evidências científicas, então, não merecem crédito algum.
Em contrapartida, qualquer fonte que não seja científica tem a sua validade assegurada: ler a sina, astrologia, o sacerdote da igreja das caixas de sapatos ao luar, as nuvens, os ditados populares, o "instinto" (sic), o sentimento, a sabedoria dos avós, a sabedoria das revistas, a sabedoria do twitter, o doutor que aparece no anúncio das televendas, a senhora que usa uma varinha mágica nas manhãs da tv, o Herói líder político que vem salvar a pátria, e muitas outras fontes muito mais sérias, rigorosas e confiáveis do que a ciência!!!